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Taxonomy of Trogon rufus (Gmelin, 1788) and Amazonian ring-shaped clinal variation (2015)

  • Authors:
  • Autor USP: DICKENS, JEREMY KENNETH - MZ
  • Unidade: MZ
  • Subjects: AVES (CLASSIFICAÇÃO); TROGONIFORMES
  • Language: Inglês
  • Abstract: Nós revisamos a taxonomia do complexo Trogon rufus sob o conceito Biológico de Espécies. Unidades taxonômicas possíveis, quebras e zonas de transição taxonômicas foram definidas usando mapas de calor e isofenas (linhas de contorno de fenótípo) baseados em caráteres de cor, barramento e morfometria. Esses possíveis táxons foram testados pelas análises de discriminantes. Dados de coloração foram obtidos por meio de espectrometria, e os padrões de barramento por meio de fotos de alta qualidade. Nós encontramos quatro espécies biológicas distintas Trogon chrysochloros Pelzeln 1856, da Mata Atlântica, diagnosticável pelo barramento mais escuro e denso na face inferior da cauda e coberteiras da asa, maior tamanho corpóreo, canto mais rápido, com mais notas e de frequência mais alta. Suas partes superiores (cabeça, dorso e cauda) variam de azul a verde acobreado com o aumento da altitude. O bico também é relativamente menor e mais serrilhado, o que está ligado a uma dieta que consiste quase exclusivamente de grandes artrópodes, fazendo desta espécie o Trogon mais insetívoro do mundo, o que deve ser a razão de sua relativa raridade quando comparado a outros Trogonidae com os quais vive em simpatia. Trogon tenellus Cabanis 1862, da América Central, e Trogon cupreicauda Chapman 1914, do Chocó-Magdalena, formam um caso clássico de espécies biológicas, entrando em contato no extremo noroeste da província de Chocó, na Colômbia, sem a presença de formas intermediárias. T. tenellus éidentificável pela face superior da cauda azul ou azul esverdeado, anel perioftálmico azul ou cinza, tarso cinza, e voz com de 2 a 4 notas, maior duração das notas e maior mudança entre frequência de pico e frequência alta entre a nota introdutória e nota principal. Essas características contrastam com a cor verde-oliva brilhante da face superior da cauda, anel perioftámico amarelo, tarso geralmente oliva, presença de marrom claro na face inferior da cauda das fêmeas e canto com entre 6 e 8 notas, de menor duração, pouca mudança na frequência entre a primeira nota e o canto principal de T. cupreicauda. Este varia clinalmente de azul para uma plumagem mais verde acobreada e de barramento preto mais espesso para mais fino em uma gradiente da costa do Pacífico, do noroeste do Equador até o Vale do Magdalena. A maior distinção de estados de caráter relativa a T. tenellus na região onde os dois grupos se encontram provê uma possível evidência de deslocamento de caracteres como resultado de exclusão competitiva entre estas duas espécies, mantendo suas distribuições parapátricas. A população amazônica pertence a única espécie biológica Trogon rufus Gmelin 1788, mas com duas formas altamente distintas que designamos como Trogon rufus rufus do Escudo Guianense, e Trogon rufus sulphureus no sul e oeste da Amazônia, com a qual amazonicus de Todd é sinonimizada. Estas são morfologicamente, e em menor escala, vocalmente distintas nas duas margens do baixo Rio Negro e áreas abertas e/oumontanhosas da bacia do Rio Branco, mas apresentam troca de caracteres limitada nas longitudes entre 52 e 58 Oeste na margem sul do Rio Amazonas, centrado nos arredores do Rio Arapiuns, na margem esquerda da foz do Tapajós. Nós postulamos que isto é um resultado de contato secundário, como consequência de mudanças no curso principal do Rio Amazonas em tempos de níveis mais baixos do mar durante o Plio-Pleistoceno. T. r. sulphureus é identificado pela coloração tipicamente acobreada da face superior da cauda com uma banda sub-terminal de tonalidade esverdeada, anel perioftálmico amarelo, barras negras espessas e de baixa densidade na face inferior da cauda e nas coberteiras das asas e pela ausência de uma faixa peitoral. Em certos casos eles também podem ser distinguíveis pela voz com uma nota introdutória de maior frequência e/ou uma modulação descendente mais pronunciada no canto principal. Este grupo varia clinalmente em gradiente de oeste para leste, de uma coloração cobre forte até verde oliva na face superior da cauda com faixa sub-terminal mais ou menos distinta, anel perioftálmico azul, presença ou ausência de uma faixa peitoral branca e barramento na face inferior da cauda e coberteiras de menor espessura e, consequentemente, maior densidade. Nossos dados apontam que estes caracteres mudam linearmente entre sulphureus e rufus de acordo com a distância ao longo de uma gradiente clinal em forma de laço do Oeste Amazônico até o Escudo das Guianas, conectado pela zonade contato de Arapiuns, sugerindo isolamento por distância. Isto sugere um remanescente de um padrão de espécie em anel. Além disso, dois espécimes com possível mistura de caracteres foram de fato encontrados no alto Rio Negro e Pantepui, onde se espera que T. r. rufus e T. r. sulphureus entrem em contato, fechando o anel efetivamente. Ainda é necessário testar se Trogon rufus constitui uma espécie em anel válida, preferencialmente usando dados moleculares, mas este caso ilustra claramente que a distinção entre variação clinal e espécie em anel é uma questão de grau e não de tipo, com a formação de espécie em anel necessariamente passando por um estágio clinal sem sobreposição entre os grupos terminais. Nós assim sugerimos o conceito de espécie em laço, onde as formas terminais não se sobrepõem, mas são ligadas através de uma série de populações onde há fluxo gênico. Parece provável que estes padrões são mais amplamente distribuídos na Amazônia do que é sabido atualmente devido a uma propensão à variação clinal e especiação parapátrica causada por sua grande extensão geográfica e abundância de barreiras geográficas semipermeáveis. Em relação a população do Centro de Endemismo Pernambuco, os poucos registros sugerem que esta é uma unidade taxonômica válida. Este grupo apresenta uma combinação única de canto muito similar ao de T. r. sulphureus, devido à alta frequência da nota introdutória e pronunciada modulação descendente ao longo do canto principal, com uma maioramplitude da frequência, combinada a maior tamanho, bico serrilhado, e anel perioftálmico azul, mas isso requer confirmação. Este caso demanda atenção urgente, já que a população remanescente é muito pequena e de distribuição restrita ao município de Murici, em Alagoas
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 10.09.2015
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    • ABNT

      DICKENS, Jeremy Kenneth. Taxonomy of Trogon rufus (Gmelin, 1788) and Amazonian ring-shaped clinal variation. 2015. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/38/38131/tde-15022016-164253/. Acesso em: 24 abr. 2024.
    • APA

      Dickens, J. K. (2015). Taxonomy of Trogon rufus (Gmelin, 1788) and Amazonian ring-shaped clinal variation (Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/38/38131/tde-15022016-164253/
    • NLM

      Dickens JK. Taxonomy of Trogon rufus (Gmelin, 1788) and Amazonian ring-shaped clinal variation [Internet]. 2015 ;[citado 2024 abr. 24 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/38/38131/tde-15022016-164253/
    • Vancouver

      Dickens JK. Taxonomy of Trogon rufus (Gmelin, 1788) and Amazonian ring-shaped clinal variation [Internet]. 2015 ;[citado 2024 abr. 24 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/38/38131/tde-15022016-164253/

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