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Percepção  e orientação de condutas de conselheiros tutelares sobre práticas sexuais de menores de 18 anos (2015)

  • Authors:
  • Autor USP: FIGUEIREDO, REGINA MARIA MAC DOWELL DE - FSP
  • Unidade: FSP
  • Sigla do Departamento: HSP
  • DOI: 10.11606/T.6.2016.tde-15122015-152518
  • Subjects: DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE; TUTELA (RECURSOS HUMANOS;PERCEPÇÃO); COMPORTAMENTO PSICOSSEXUAL; REPRODUÇÃO; DISCURSO DO SUJEITO COLETIVO; PESQUISA QUALITATIVA; PESQUISA QUANTITATIVA
  • Keywords: Defesa da Criança e do Adolescente; Direitos Sexuais e Reprodutivos
  • Language: Português
  • Abstract: A abertura política do Brasil à democracia promoveu uma série de mudanças legislativas e de organização do Estado. Na área da infância e adolescência, após a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), foram criados conselhos de nível federal, estadual e municipal, com o objetivo de promover e defender os direitos dessa população específica. Também foram formados os Conselhos Tutelares compostos por membros da sociedade civil, diretamente eleitos pela população, com a função de informar e promover esses direitos localmente. Utilizando a metodologia qualitativa-quantitativa do Discurso do Sujeito Coletivo, a pesquisa analisou a percepção e opinião dos conselheiros tutelares a respeito de situações que envolvem a prática sexual voluntária heterossexual e homossexual de adolescentes da faixa etária de 12 a 17 anos. Os dados foram colhidos com o uso de questionários semiestruturados para autopreenchimento, apresentados em visita técnica aos membros dos 44 Conselhos Tutelares do município de São Paulo. Além do perfil social e familiar, foram coletadas opiniões dos conselheiros quanto à autonomia dos adolescentes e suas noções de desrespeito legal, além de sugestões de orientação de condutas frente a três casos hipotéticos de prática sexual realizada por adolescentes. Responderam à pesquisa 80 (36,4 por cento) conselheiros de um total de 220, de 29 (65,9 por cento) dos 44 Conselhos Tutelares da cidade.Observou-se que apresentaram tendência a reproduzir os modelos tradicionais negativos da sociedade brasileira no julgamento da prática sexual de adolescentes, avaliando sua ocorrência pela ótica moral e de opinião de familiares e outros adultos. Mais da metade não associa tais práticas a impactos específicos sobre a saúde e os direitos sexuais e reprodutivos dos adolescentes, nem realiza encaminhamentos para sua promoção. Adotam noções desiguais de gênero do senso comum, que remetem à preocupação com a imagem e impactos da publicização da sexualidade de meninas, não fazendo o mesmo para adolescentes meninos e veem as práticas homoafetivas sob a ótica da violência e sedução, associando-as à necessidade de orientação psicológica e problemas de saúde mental. Considera-se que conselheiros tutelares estão pouco preparados para lidar com a sexualidade de adolescentes e normalmente treinados para avaliá-la tal qual a violência sexual que acomete crianças. Como possuem status local de legitimidade, são procurados e tem poder de averiguação e encaminhamento público de ocorrências, terminando por, muitas vezes, desrespeitar os direitos humanos de adolescentes quanto à expressão e vivência da sexualidade e da prática sexual saudável. Considera-se fundamental discutir o papel dos Conselhos Tutelares frente aos direitos de adolescentes, de forma que ao contrário do proposto na democratização do país, não se configurem como mais um instrumentos de exercício de poder para perpetuar desigualdades sociais.Na área da sexualidade, a defesa dos direitos de adolescentes passa pelo respeito a sua sexualidade, acesso à informação, à garantia de serviços públicos que efetivamente os atendam para proporcionar exames, contracepção, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, etc., com respeito a sua cidadania, especificidades, necessidades, autonomia e dignidade pessoal, promovendo-os e defendendo-os frente a famílias, comunidade, a toda a sociedade e ao próprio poder público.
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 11.12.2015
  • Acesso à fonteDOI
    Informações sobre o DOI: 10.11606/T.6.2016.tde-15122015-152518 (Fonte: oaDOI API)
    • Este periódico é de acesso aberto
    • Este artigo é de acesso aberto
    • URL de acesso aberto
    • Cor do Acesso Aberto: gold
    • Licença: cc-by-nc-sa

    How to cite
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    • ABNT

      FIGUEIREDO, Regina Maria Mac Dowell de. Percepção  e orientação de condutas de conselheiros tutelares sobre práticas sexuais de menores de 18 anos. 2015. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.11606/T.6.2016.tde-15122015-152518. Acesso em: 26 abr. 2024.
    • APA

      Figueiredo, R. M. M. D. de. (2015). Percepção  e orientação de condutas de conselheiros tutelares sobre práticas sexuais de menores de 18 anos (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de https://doi.org/10.11606/T.6.2016.tde-15122015-152518
    • NLM

      Figueiredo RMMD de. Percepção  e orientação de condutas de conselheiros tutelares sobre práticas sexuais de menores de 18 anos [Internet]. 2015 ;[citado 2024 abr. 26 ] Available from: https://doi.org/10.11606/T.6.2016.tde-15122015-152518
    • Vancouver

      Figueiredo RMMD de. Percepção  e orientação de condutas de conselheiros tutelares sobre práticas sexuais de menores de 18 anos [Internet]. 2015 ;[citado 2024 abr. 26 ] Available from: https://doi.org/10.11606/T.6.2016.tde-15122015-152518

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