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A noção de singularidade na psicanálise lacaniana: aspectos teóricos, clínicos e sociais (2016)

  • Authors:
  • Autor USP: TATIT, ISABEL - IP
  • Unidade: IP
  • Sigla do Departamento: PSC
  • Subjects: CLÍNICAS; PSICANÁLISE; SINGULARIDADES; INCONSCIENTE (FATOR DE PERSONALIDADE); DIALÉTICA
  • Language: Português
  • Abstract: Este trabalho visa problematizar a noção de singularidade na psicanálise lacaniana. Embora não seja propriamente um conceito, tampouco um termo recorrente na obra de Freud, ganha destaque especial em Jacques Lacan e em seus comentadores. Foi o que pudemos verificar quando focalizando o tema da direção do tratamento, realizamos uma leitura crítica do uso dessa noção tanto na obra de Lacan como na de seus seguidores de diversas escolas. Escolhemos circunscrever nossa reflexão ao campo da direção do tratamento que se articula intimamente ao tema da ética da clínica lacaniana. Isso não significa que abandonamos discussões epistemológicas da singularidade, pois sabemos que é necessário manter um tensionamento entre clínica e epistemologia. Lacan importou da matemática e da filosofia suporte teórico para pensar a singularidade em psicanálise, portanto, acompanharemos algumas dessas importações, nos debruçando fundamentalmente em suas consequências para a clínica psicanalítica. Como não há explicitamente uma teoria da singularidade em Lacan, tentamos extrair na rede conceitual de sua obra uma abordagem possível do termo, prevenidos de que, ao fazermos um emprego idealizado e impreciso da noção de singularidade na direção do tratamento psicanalítico, poderíamos incorrer em um problema ético. Há duas tendências mais comuns que nos levam a esse problema: a imaginarização da noção de singularidade e a negativização do termo. Assim, para afastarmos o risco de tomar a singularidade comoum ideal psicanalítico (e cientes de que há um forte empuxo nesse sentido), não podemos essencializar essa noção nem descontextualizar o que nomeamos como singular. O que é singular se inscreve num tempo, num espaço e, portanto, num laço social. A singularidade nega e ao mesmo tempo faz existir o universal e o particular, por isso está em permanente articulação com estes. A ideia da singularidade como um jogo de forças que opera durante todo o tratamento, nos parece mais interessante do que a aposta na singularidade como critério de cura. Tal jogo é instaurado pela evanescência do inconsciente que emerge como pulsação na passagem entre os significantes ou nos lapsos de sentido. A singularidade seria uma expressão para se referir ao movimento de tensionamento entre o discurso coerente do paciente e a emergência do inconsciente. Dessa forma, pode se presentificar durante todo o processo do tratamento e não apenas no seu final. Pode ser uma experiência de curta duração, embora seus efeitos também possam ser duradouros. Há várias noções usadas por Lacan para falar da emergência do inconsciente na clínica: equívoco, ato falho, o encontro faltoso (tique), entre outras. No dia-a-dia de nossa atividade clínica, presenciamos como cada paciente subjetiva seu mal-estar ou ainda como cada um faz para lidar com sua divisão subjetiva e com suas contradições. Se estamos nessa esfera, sobre como cada um se vira com o próprio mal-estar, não falamos de singularidade e sim de subjetivaçõesparticulares. Assim, se seguirmos a proposta lacaniana de distinguir o singular do particular, circunscreveremos as diversas possibilidades subjetivas de resposta à castração, a uma ordem de particularidade. A nosso ver, a diversidade subjetiva não é menos importante que a emergência do singular num tratamento. É o que um sujeito pode fazer em termos de experiência subjetiva. O papel da singularidade é desencadear o jogo entre particular (articulações significantes e modalidades de subjetivação específicas) e universal (ordem simbólica como um sistema aberto)
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 25.07.2016
  • Acesso à fonte
    How to cite
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    • ABNT

      TATIT, Isabel. A noção de singularidade na psicanálise lacaniana: aspectos teóricos, clínicos e sociais. 2016. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-26092016-105529/. Acesso em: 18 abr. 2024.
    • APA

      Tatit, I. (2016). A noção de singularidade na psicanálise lacaniana: aspectos teóricos, clínicos e sociais (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-26092016-105529/
    • NLM

      Tatit I. A noção de singularidade na psicanálise lacaniana: aspectos teóricos, clínicos e sociais [Internet]. 2016 ;[citado 2024 abr. 18 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-26092016-105529/
    • Vancouver

      Tatit I. A noção de singularidade na psicanálise lacaniana: aspectos teóricos, clínicos e sociais [Internet]. 2016 ;[citado 2024 abr. 18 ] Available from: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-26092016-105529/

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