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Casais vivendo no contexto do HIV: vulnerabilidade e estratégias de prevenção (2017)

  • Autor:
  • Autor USP: REIS, RENATA KARINA - EERP
  • Unidade: EERP
  • Sigla do Departamento: ERM
  • Subjects: CASAIS; HIV; VULNERABILIDADE; PREVENÇÃO DE DOENÇAS
  • Language: Português
  • Abstract: Casais sorodiferentes desempenham um papel importante na manutenção da epidemia global do HIV, entretanto, novas evidências sobre a compreensão sobre a transmissão sexual do HIV e o surgimento de novas opções de prevenção provocou um novo paradigma. Este estudo teve como objetivo analisar os marcadores de vulnerabilidade à transmissão sexual e as estratégias de prevenção entre casais que vivem no contexto do HIV. Trata-se de um estudo transversal, analítico que foi realizado em Ribeirão Preto-SP nos cinco serviços especializados no atendimento em HIV/aids (SAE). Adotou-se como referencial conceitual a vulnerabilidade (AYRES, 2003) e operacional os marcadores de vulnerabilidade proposto por Takahashi (2006). Os dados foram coletados por meio de entrevista individual com os indivíduos utilizando um instrumento semiestruturado. Realizou-se estatística descritiva para caracterização sociodemográfica, clínica e comportamental dos participantes. Para verificar associação entre as variáveis dependentes e independentes, utilizou-se o teste qui-quadrado. Para quantificar a associação entre as variáveis de interesse e uso inconsistente do preservativo por meio de Odds Ratio (OR), foi proposto modelo de regressão logística. Os resultados revelaram alta prevalência de parceria sexual sorodiscordantes ao HIV (72,0%). Destaca-se que número substancial de PVHA (72,7%) estão vinculadas aos serviços de saúde que continuam a apresentar comportamentos e práticas de risco para a aquisição e/ou transmissão sexual do HIV. Identificou-se que maior tempo de diagnóstico (p=0,306), ter parceiro casual (p=<0,001), não ter revelado o diagnóstico para a parceria sexual (p=<0,001) e não conversar com o parceiro sobre a escolha do método de prevenção (p=<0,001) foram associados com o comportamento e práticas de risco. Identificou-se ainda baixa utilização do preservativo feminino,baixa testagem da parceria ao HIV e baixa utilização do tratamento como prevenção e uso limitado da prevenção combinada. O uso consistente do preservativo masculino foi o método preventivo principal adotado por 71,0% das PVHA. Entretanto, 21,3% referiram falhas no seu uso, como ruptura ou deslocamento durante a relação sexual e 10,8% apresentavam risco "amplificado de transmissão do HIV. Ter escolaridade menor que 11 anos de estudo, ter parceiros casuais além do fixo ou principal (parceiro principal e casual), fazer uso do álcool ou drogas antes da relação sexual, não receber aconselhamento cm profissional de saúde, não ter conhecimento e desconhecer sobre a relação da supressão viral e prevenção do HIV foram preditores do uso consistente do preservativo. Referente aos marcadores da vulnerabilidade na dimensão individual destaca-se a elementos das características pessoais e relacionais observadas pela manutenção de critérios de infecciosidade e susceptibilidade de transmissão do HIV, ter parceiros principal e fixo e múltiplas parcerias, uso de álcool e outras drogas pela parceira sexual antes da relação sexual. Outros marcadores foram relacionados ao conhecimento limitado sobre prevenção combinada, conhecimento limitado sobre PEP e PrEP e uso do tratamento como prevenção. Marcadores referentes ao modo de enfrentamento foram evidenciados pela manutenção de comportamentos e práticas de risco, tais como o uso de substancias psicoativas, múltiplas parcerias sexuais, falta de habilidades e uso do preservativo masculino como método principal mais não no contexto de prevenção combinada. Na dimensão social verificou-se observou-se condições sociais, económicas desfavoráveis, bem como as desigualdades de género, e o estigma e preconceito relacionado ao viver com o HIV, observadas pela ocultação do diagnóstico e dificuldade de diálogo sobre práticaspreventivas com a parceria sexual e baixo uso de preservativo feminino, e sexualidade como um tema tabu nos serviços de saúde. Referentes aos marcadores na dimensão programática destaca-se a dinâmica de organização e a operacionalização das ações e lógica dos serviços de saúde, observadas pela inexistência de protocolo de identificação e acompanhamento de casais, ausência no serviço de referência especializada para acompanhamento da parceria sexual, ausência de atividades de educação em saúde para a prevenção do saúde, pouca visibilidade do parceiro HIV-negativo nos serviços, baixa testagem ao HIV pela parceria sexual, não revelação da soropositividade ao HIV para parceria sexual, conhecimento limitado sobre estratégias eficazes de prevenção do HIV, déficit nas ações de orientação sobre novas tecnologias de prevenção sexual do HIV na perspectiva de casais e déficit no aconselhamento de casais. Estes resultados comprovam a importância de mudança no cuidado em saúde das pessoas que vivem com o HIV numa perspectiva ampliada de saúde sexual que inclua estratégias de redução de danos, educação em saúde, gestão de risco da transmissão sexual e o aconselhamento de casais integradas ao acompanhamento clínico destes indivíduos
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 00.00.2017

  • How to cite
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    • ABNT

      REIS, Renata Karina. Casais vivendo no contexto do HIV: vulnerabilidade e estratégias de prevenção. 2017. Tese (Livre Docência) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2017. . Acesso em: 19 abr. 2024.
    • APA

      Reis, R. K. (2017). Casais vivendo no contexto do HIV: vulnerabilidade e estratégias de prevenção (Tese (Livre Docência). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
    • NLM

      Reis RK. Casais vivendo no contexto do HIV: vulnerabilidade e estratégias de prevenção. 2017 ;[citado 2024 abr. 19 ]
    • Vancouver

      Reis RK. Casais vivendo no contexto do HIV: vulnerabilidade e estratégias de prevenção. 2017 ;[citado 2024 abr. 19 ]


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