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Multiculturalismo, Currículo e a Pesquisa em Ensino de Física (2018)

  • Authors:
  • Autor USP: LEITE, CRISTINA - IF
  • Unidade: IF
  • Subjects: FÍSICA; EDUCAÇÃO INDÍGENA; FORMAÇÃO DE PROFESSORES
  • Keywords: INTERCULTURALIDADE
  • Agências de fomento:
  • Language: Português
  • Abstract: Resumo Geral Em diferentes pesquisas na área de educação realizadas nos últimos anos, a cultura escolar hegemonicamente presente em todos os níveis de ensino se mostra pouco permeável aos universos culturais dos estudantes. Por outro lado, a dimensão cultural se afirma cada vez mais como configuradora dos seres humanos, tanto em nível pessoal como social, coletivo, trazendo para a realidade escolar desafios a serem enfrentados em relação aos processos culturais presentes na sociedade. Os diferentes participantes desses universos são muitas vezes ignorados no que diz respeito a suas culturas mais significativas quando lhes é apresentado um currículo monocultural. Mais do que multiculturalmente, a escola ganha quando é vivida interculturalmente, como um espaço de cruzamento de culturas, saindo do congelamento em que a cultura escolar se encontra, na grande maioria dos casos, e que a torna estranha aos seus frequentadores. Nessa mesa redonda, além de aspectos gerais sobre as relações entre Multiculturalismo e Currículo, alguns exemplos da Pesquisa em Ensino de Física serão apresentados. Walmir Cardoso explorará, numa perspectiva cultural, os fenômenos ligados ao céu estrelado sob o ponto de vista dos índios sul americanos, relacionando-os ao ponto de vista de matriz europeia, enfatizando que atribuir significados aos objetos e eventos celestes não se limita a um conjunto de representações desinteressadas, mas é uma maneira de constituir valores em cada uma das sociedades, o que faz com que as respostas a indagações frequentes em relação ao mundo natural deixem de ser consideradas como únicas ou definitivas.Juarez Valadares apresenta o caso concreto do Curso de Formação para Educadores Indígenas da Faculdade de Educação da UFMG, área Ciências da Vida e da Natureza, no qual a visão de um currículo vivo vem sendo forjada, enfrentando o desafio de trabalhar com a pluralidade cultural sem subordinar uma cultura à outra, o que se volta para a garantia da diversidade cultural tanto nas proposições curriculares das escolas regulares quanto na educação escolar indígena. Em substituição ao professor Antônio Flávio, apresentarei (Gloria Queiroz) breve relato de uma experiência de interdisciplinaridade e interculturalidade em uma escola de nível médio no Rio de Janeiro, na qual se valorizaram as culturas das “minorias”, ampliando a oportunidade de êxito escolar dos estudantes que pertencem a grupos culturais desempoderados na escola.Resumos Específicos Astronomia nas Culturas e possibilidades de diálogos entre diferentes visões de mundo. Walmir Cardos, TVE-RJ Os índios da etnia Tukano olham para a mesma região na qual a matriz europeia identifica um escorpião e ali identificam parte de uma enorme cobra, possivelmente uma jararaca. Nessa mesma região do céu, os guaranis enxergam parte de uma Ema. Esse padrão descrito brevemente aqui é encontrado em todos os continentes e envolve distintos grupos sociais, cada qual com suas características próprias. No mesmo céu estrelado estão vários céus e em todos eles os significados são compartilhados de acordo com os códigos socialmente construídos e aceitos pelos indivíduos de cada grupo. Atribuir significados aos objetos e eventos celestes não se limita a um conjunto de representações desinteressadas, mas uma maneira de constituir valores em cada uma das sociedades. Numa perspectiva cultural os fenômenos ligados ao céu criam oportunidades de pensarmos como as respostas a muitas das indagações frequentes em relação ao mundo natural podem deixar de ser consideradas únicas ou mesmo definitivas. Talvez essa seja uma das perspectivas mais interessantes para uma exploração ligada às relações entre o ensino de ciências da natureza no ocidente e algumas maneiras de compreender o céu para povos tradicionais da América do Sul.Juarez Melgaço Valadares, FaE UFMG Desde a década de 1980 a mobilização da sociedade pela definição dos direitos à diferença cultural levou a que a Constituição Federal de 1988 e as legislações subsequentes reconhecessem a pluralidade cultural, a língua, a organização social, os costumes e as crenças dos povos indígenas. Afirmava-se, nos textos públicos, a manutenção da diversidade cultural, e não a sua superação. Na educação, a visão de um currículo vivo vem sendo forjada a partir das experiências do Curso de Formação para Educadores Indígenas da Faculdade de Educação da UFMG, área Ciências da Vida e da Natureza. Nosso desafio é trabalhar com a pluralidade cultural sem subordinar uma cultura à outra, nem ignorar a complexidade que surge nas interações entre os saberes tradicionais e o conhecimento científico. Trazemos para reflexão algumas aprendizagens das situações vividas: em primeiro, as dificuldades de se considerar as especificidades dos grupos sociais envolvidos quando estamos apoiados no conhecimento hegemônico; em segundo, as consequências da ausência da diversidade cultural no currículo, que padroniza a experiência escolar; por fim, quais os lugares do conhecimento científico e dos saberes tradicionais indígenas dentro de uma proposta curricular. Os pressupostos de que nos valemos, de viés participativo e de fortalecimento dos sujeitos e da cultura indígena, são repensados à medida que as trocas e interlocução mantidas com os povos indígenas nos fazem rever a viabilidade e visibilidade do diálogo intercultural em toda a sua complexidade. Esperamos contribuir para a melhor compreensão das tensões entre o conhecimento científico e as culturas tradicionais, tanto nas proposições curriculares da educação escolar indígena quanto nas escolas que se voltam para a garantia da diversidade cultural.Palavras-chave: Educação Indígena; Ensino de Ciências; Interculturalidade.
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  • Conference titles: Encontro Nacional de Física de Partículas e Campos
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    • ABNT

      CARDOSO, Walmir Thomazi et al. Multiculturalismo, Currículo e a Pesquisa em Ensino de Física. 2018, Anais.. São Paulo: SBF, 2018. Disponível em: https://sec.sbfisica.org.br/eventos/epef/xvii/programa/resumo.asp?insId=313&traId=4. Acesso em: 23 abr. 2024.
    • APA

      Cardoso, W. T., Melgaço, J., Queiroz, G., & Leite, C. (2018). Multiculturalismo, Currículo e a Pesquisa em Ensino de Física. In Resumos. São Paulo: SBF. Recuperado de https://sec.sbfisica.org.br/eventos/epef/xvii/programa/resumo.asp?insId=313&traId=4
    • NLM

      Cardoso WT, Melgaço J, Queiroz G, Leite C. Multiculturalismo, Currículo e a Pesquisa em Ensino de Física [Internet]. Resumos. 2018 ;[citado 2024 abr. 23 ] Available from: https://sec.sbfisica.org.br/eventos/epef/xvii/programa/resumo.asp?insId=313&traId=4
    • Vancouver

      Cardoso WT, Melgaço J, Queiroz G, Leite C. Multiculturalismo, Currículo e a Pesquisa em Ensino de Física [Internet]. Resumos. 2018 ;[citado 2024 abr. 23 ] Available from: https://sec.sbfisica.org.br/eventos/epef/xvii/programa/resumo.asp?insId=313&traId=4


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