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Imunoterapia sublingual para alergia a ácaros: composição do extrato e dinâmica de reconhecimento de epítopos durante tratamento (2023)

  • Authors:
  • Autor USP: FIGO, DANIELE DANELLA - FM
  • Unidade: FM
  • DOI: 10.11606/T.5.2023.tde-04052023-162942
  • Subjects: EPITOPOS; IMUNOGLOBULINA E; IMUNOTERAPIA
  • Keywords: House dust mites; Epitopes; Immunoglobulin E; Immunoglobulin G; Immunotherapy; Proteome
  • Language: Português
  • Abstract: A Imunoterapia Alérgeno Específica (IAE) é um tratamento seguro e eficaz com efeitos duradouros. Ácaros de Poeira Domiciliar estão entre as principais fontes de alérgenos no mundo e são uma das IAE mais aplicadas. Dentre os ácaros, Dermatophagoides pteronyssinus (Der p) e Blomia tropicalis (Blo t) são as principais espécies clinicamente relevantes nos países tropicais. Der p 1, 2, 5, 7, 23 e 21 parecem representar os alérgenos mais importantes. Enquanto Der p 10 (tropomiosina), seja considerado um alérgeno maior em outras fontes, como camarão e barata, é considerado um alérgeno menor em ácaros, para populações que não estão normalmente expostas a baratas, diferentemente do que acontece no Brasil. Blomia tropicalis é uma espécie menos estudada, sendo Blo t 5 seu alérgeno principal. A dinâmica de reconhecimento de epítopos ao longo da IAE ainda não foi bem estudada, além disso, regiões antigênicas capazes de induzir IgG, mas não anticorpos IgE são especialmente interessantes como alvos promissores para formulação de vacinas. Por outro lado, a despeito dos grandes avançados feitos na área de alergologia molecular para o diagnóstico das alergias, há um grande descompasso em relação ao tratamento, já que falta padronização dos extratos em relação à qualidade e à quantificação de alérgenos, cuja composição permanece pouco estudada. Portanto, nosso objetivo foi caracterizar o extrato de ácaros utilizado nessa imunoterapia e avaliar a dinâmica de reconhecimento de epítopos de IgE eIgG4 durante imunoterapia sublingual (ITSL) bem como identificar epítopos capazes de induzir IgG4, mas não IgE em indivíduos alérgicos. Para isso, as sequências dos alérgenos mais relevantes, além do Der p 10 foram incluídas em um microarray de peptídeos 15-aa e testadas contra um pool de soros de 10 pacientes pré e pós 1-ano de imunoterapia ITSL. Foi também realizada análise proteômica por shotgun do extrato comercial de ácaros utilizado nesses pacientes. Os dados da espectrometria de massas foram submetidos a análises para identificação em dois bancos de dados distintos, Astigmata e Swiss-Prot. As proteínas identificadas foram então submetidas à análise utilizando a ferramenta de predição de potencial alergênico AllerCatPro 2.0. Todos os alérgenos foram reconhecidos por pelo menos um isotipo de anticorpo e a diversidade de peptídeos reconhecidos foi maior após 1 ano para ambos os anticorpos. O perfil dinâmico de reconhecimento de epítopos seguiu o mesmo padrão de ligação molecular, com aumento da diversidade após 1 ano de ITSL tanto para IgE quanto para IgG4. Para melhor compreender se a IgG4 que foi produzida durante a imunoterapia tem especificidade similar ao perfil de sensibilização original foram comparados, em uma estrutura secundária e terciária, os padrões de ligação da IgG4 pós imunoterapia aos padrões de ligação IgE basal. Epítopos de IgG4 induzidos pela SLIT foram direcionados contra várias, mas não todas as regiões de ligação de IgE dos alérgenos e reagemtambém a áreas que não são relevantes para a ligação de IgE, mas podem estar envolvidas no bloqueio alostérico. Quinze epítopos de todas as moléculas, exceto Der p 10, reagiram apenas contra IgG4 e podem ser potenciais alvos para o desenvolvimento de vacinas hipoalergênicas. Na análise por shotgun realizada com o mesmo extrato alergênico usado durante a ITSL, foram identificadas setenta e nove proteínas, dentre elas, dezoito alérgenos de Dermatophagoides pteronyssinus e três de Blomia tropicalis. Identificamos também trinta e um alérgenos de outras dez espécies de ácaros. As outras vinte e sete moléculas identificadas dividem-se em alérgenos de outros artrópodes; insetos, como duas espécies de baratas; fungos; animais; parasitas e plantas. O extrato mostrou-se bastante rico e heterogêneo em número de alérgenos de ácaros, que apesar da diversidade identificada não estão quantificados. Verificamos que o extrato usado para imunoterapia contém muito mais alérgenos do que apenas Der p 1 e Der p 2, os únicos que precisam ser comprovados na mistura. Além disso, chama atenção a presença de alérgenos de outras fontes. Se por um lado a presença de outros alérgenos importantes pode ser útil para dessensibilização de outras moléculas, por outro, a detecção de outros alérgenos que podem ser contaminantes, podem interferir na segurança do tratamento ou até mesmo causar novas sensibilizações. A padronização de extratos alergênicos para imunoterapia é fundamental para garantir umtratamento eficaz e seguro e acompanhar os avanços alcançados no diagnóstico molecular, ademais, alguns epítopos IgG4 identificados podem fornecer ferramentas adicionais para tratamento futuro
  • Imprenta:
  • Data da defesa: 17.01.2023
  • Acesso à fonteAcesso à fonteDOI
    Informações sobre o DOI: 10.11606/T.5.2023.tde-04052023-162942 (Fonte: oaDOI API)
    • Este periódico é de acesso aberto
    • Este artigo é de acesso aberto
    • URL de acesso aberto
    • Cor do Acesso Aberto: gold
    • Licença: cc-by-nc-sa

    How to cite
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    • ABNT

      FIGO, Daniele Danella. Imunoterapia sublingual para alergia a ácaros: composição do extrato e dinâmica de reconhecimento de epítopos durante tratamento. 2023. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2023. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5146/tde-04052023-162942/. Acesso em: 10 jun. 2024.
    • APA

      Figo, D. D. (2023). Imunoterapia sublingual para alergia a ácaros: composição do extrato e dinâmica de reconhecimento de epítopos durante tratamento (Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5146/tde-04052023-162942/
    • NLM

      Figo DD. Imunoterapia sublingual para alergia a ácaros: composição do extrato e dinâmica de reconhecimento de epítopos durante tratamento [Internet]. 2023 ;[citado 2024 jun. 10 ] Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5146/tde-04052023-162942/
    • Vancouver

      Figo DD. Imunoterapia sublingual para alergia a ácaros: composição do extrato e dinâmica de reconhecimento de epítopos durante tratamento [Internet]. 2023 ;[citado 2024 jun. 10 ] Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5146/tde-04052023-162942/


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